Dia de Quinta

Tinha tudo pra dar certo. Não deu. Hoje foi um dia totalmente cagado. Saí de casa, fui aplicar uns questionários com umas idosas. Tá, beleza. Só que chegando lá, fui barrada. A senhorinha que estava na recepção não queria me deixar entrar. Expliquei que já tinha ido lá, que não era a primeira vez e tals... e ela:
"JÁ EXPLIQUEI QUE VOCÊ NÃO PODE ENTRAR AQUI ASSIM, TEM QUE TRAZER UM OFÍCIO E AGENDAR UM DIA."
Respirei fundo, olhei pra ela com cara de louca e fui embora. Antes de atravessar o portão, encontrei a simpática senhorinha que me atendeu outro dia e ela me acompanhou até a sala da coordenadora. Quem estava lá? A senhorinha da recepção. Ignorei ela e falei com a coordenadora, que já me conhecia e autorizou as entrevistas.
Olhei pra senhorinha-recepcionista e falei: não disse que já estive aqui? beijostchau.
Agora sim, iria conseguir pelo menos umas quatro entrevistas.
Consegui aplicar dois questionários. Duas senhorinhas super simpáticas, me atenderam muito bem. Até aí, tudo ótimo. Daí que surge uma terceira pessoa na conversa.
"Ih, todo dia esse povo vem aqui fazer essas coisas, um abuso! Ficam fazendo essas perguntas, é uma demora danada."
Oi? Por acaso a entrevista é com você? Já estava perdendo a paciência com essa terceira pessoa, e a minha entrevistada fala:
"Cala a boca! Mas que velha chata!"
Poderia ficar sem essa. Achei bem feito! Ela se zangou e foi resmungar no quarto.
Pensei que ia ficar em paz, terminar o meu trabalho. Mas que nada. Nasci pra ouvir piada. Gente, todo mundo me dá piada, até a terceira idade. Daí a velhinha volta e diz: ainda não terminou com isso? Daqui a pouco é hora do almoço. Que demora!
Juro que não entendi. Terminei meu trabalho, peguei minhas coisas e fui embora. Mas teve uma última piada:
"Já vai? Que bom. Tchau, querida!"
Ela não foi com a minha cara.
Fui pra faculdade, almoçei e fiquei na biblioteca até o horário da aula. A primeira aula do dia e eu tentando me manter acordada, dava uns cochilos e despertava. Tenho tanta vergonha de dormir na aula (especialmente nessa aula, que é a única coisa que salva o dia). Fico morrendo de vergonha da professora.
Mais uma aula e o meu sono só aumentando. Mas tudo bem, era só mais uma hora mesmo. Doce ilusão. O que foi aquela aula? Era pra ser uma hora, transformou-se em quase duas. As pessoas começaram a sair. Uma atrás da outra. Até que só restaram dez alunos na sala. Dez não, nove. Tinha uma dormindo, essa não conta. Depois da aula, fui pro ponto de ônibus com as meninas. Todas pegaram seus respectivos transportes e eu fiquei lá, com minha cara de bunda, esperando o buzu. Ponto totalmente vazio, rua deserta. Nada passava. Depois de 40 minutos, medo tomou conta de mim. Sozinha ali, no meio do nada. Entraria no primeiro ônibus que parasse ali. Daí que surge um suspeito e fica me encarando. Fudeu! Vou ser assaltada. Chegou um buzu. Entrei e nem olhei pra trás. O suspeito? Pegou o mesmo ônibus, foi traseirando até o ponto seguinte e desceu. Que alívio.
Meu dia de quinta terminaria aqui, mas não. Faltou uma coisinha: tomei uma queda.

É isso aí, gente.

1 comentários:

Filipe Santana disse...

Já sei o que tem no Aurélio quando se procura o item "Sorte";

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Obrigada!