Renato Russo, amor sem fim

"É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais..."
Love in the afternoon
Há 14 anos, Renato Russo, um dos maiores poetas da música brasileira nos deixava. Lembro-me como hoje do anúncio de sua morte na tv, com imagens de fundo retiradas do clipe de Perfeição. À época, já tinha ouvido suas músicas, entretanto, não tinha ideia de sua importância. O estranho é que, de certa forma, aquelas imagens me impactaram  e não mais deixaram minha mente.
Não sei precisar a primeira vez que ouvi a voz de Renato, mas sei que com o vinil de As Quatro Estações, primeiro disco da Legião Urbana que meu pai comprou (e seu preferido, eu acho). Sua interpretação, forte e doce ao mesmo tempo, me impressionou; suas letras, sempre atuais, então... 

Depois, vieram - não necessariamente nessa ordem - Legião Urbana, Dois, Que País é Este, V, Música para Acampamentos, O Descobrimento do Brasil, A Tempestade, o acústico da MTV, Uma Outra Estação, Equilíbrio Distante (seu solo, em italiano), as coletâneas e inéditos post mortem. Quanto mais o ouvia, mais queria ouvir, e entender suas mensagens.

Como poucos, Renato escreveu sobre amor, sexo, amizade, solidão, família, drogas, política, violência, liberdade, juventude. Em suas canções podemos identificar pedacinhos de nós, do que fomos, do que somos. Entoando suas músicas, dizemos aquilo que pensamos e sentimos, mas que não conseguimos expressar com palavras, aliás, sábias palavras! 
Ainda que não fosse sua pretensão, o Trovador Solitário influenciou diferentes gerações, fazendo muitas cabeças descobrirem-se pensantes, críticas, tornando-as melhores. Talvez por isso, ele faça jus ao seu nome, renascendo e permanecendo vivo em cada novo legionário que conquista, mesmo que não esteja fisicamente entre nós. 
Força sempre.

6 comentários:

Camila Paier disse...

Renato Russo foi um grande homem, é inegável. E dói ver, e saber, que os realmente bons, se vão cedo. Assim como ele, Cazuza e Elis Regina. E tantos outros! Tu escreveu muito bem, como uma jornalista, sabia? Gostei muito!
Beijos guria

Cristina disse...

Sim, Camila, os bons se vão cedo demais. Renato, Cazuza, Elis são só alguns exemplos disso.
Agradeço muito o elogio! Que bom que gostou! :)

Aline disse...

Exatamente, como uma jornalista... [pensando]

Anônimo disse...

Olá querida Cristina !!

Que homenagem bonita !!
Concordo que em quase todas as letras sempre existe algo com o qual nos identificamos !
Eu sou fã e para mim ele foi um dos maiores poetas da atualidade. Infelizmente, nos deixou.
Mas suas palavras nunca morrerão !
Adorei o post !

Um mega beijooo

Unknown disse...

"Essa música "Os bons morrem jovens ",foi escrita para alguém em especial?

Cristina disse...

Oi Diana!
Achei isso (nesse blog: http://curacarock.blogspot.com/2008/10/significado-das-letras-da-legio-urbana.html )

"Esta música foi feita para o Luís, um amigo. A gente chegou a namorar um tempo. Ele morreu baleado por uns sujeitos estranhos, na saída de uma boate em Campo Grande, onde costumava ir. Isso é uma coisa terrível".

"É uma música que foi escrita para diversas pessoas e, quando o Kurt Cobain morreu, a gente pensou assim: 'poxa, mas se encaixa direitinho'. Na verdade, esta música foi feita para todas as pessoas que vão embora cedo demais".

Espero ter ajudado! :)

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