Da falta que você me faz

Para J. que eu sempre vou amar.



"Na minha memória - já tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e poços - você ocupa um dos lugares mais bonitos."C.F.A






Agora é nítido. Hoje vejo com mais clareza. Faz mais ou menos um ano que você me deixou. A correria diária, as milhões de coisas que ocupam a minha mente me fizeram colocar de lado a sua partida. Hoje, menos ocupada, sinto tanto a sua falta que parece que foi ontem que você me disse adeus. Parece foi ontem que me disse que ia embora, que era definitivo e que não voltaria atrás. Dói. Dói como se fosse ontem. É duro pensar que já faz um ano. Há um ano que não ouço a sua voz e nem vejo o seu rosto. É difícil ter que conviver com essa ausência. Eu continuo - aos trancos - mas continuo. Sorrio menos, é verdade. E nem posso te contar como foi o meu ano, como passei esse ano sem a sua presença. De todas as vezes que pirava e queria te ligar, para que você me acalmasse, como sempre fazia, para me dizer que ficaria tudo bem, que 'isso vai passar'.


Esqueci que você não estava aqui e tentava te telefonar por qualquer coisa. Inconscientemente eu ia esquecendo. Quase esqueci. Quase esqueci de você. Quase esqueço sua voz - desafinada - cantando músicas toscas. Do seu jeito de criticar o meu gosto musical - que é ótimo. oi? - e nada tem de parecido com o seu, que é péssimo. Brinks. Ainda é? Quase esqueço que não preciso mais comprar chocolates no final de semana - que você adorava e eu fazia isso para que você viesse passar as tarde de sábado comigo - e quase esqueço do café maravilhoso que você fazia para mim. E dos conselhos, das horas sem fazer nada ao seu lado. Das saídas. Das vezes que esteve doente e sempre estive lá. Das brigas que tive que separar. Dos jogos - que eu sempre ganhava - e você dizia 'não quero mais jogar.' Do medo do escuro e do sono de pedra. Do bolo de chocolate e dos planos de morar comigo. Seria possível mesmo esquecer? Esquecemos com tanta facilidade alguém que amamos? Eu, que jurei jamais esquecer você. Desejei que essa distância jamais nos separasse. Quase esqueci que você me faz muita falta. Não quero esquecer. Nunca. E sinto a sua falta. Sinto uma falta enorme de você, do seu abraço apertado e do colo que tu me dava.

Está tudo diferente. A cidade parece mais cinzenta e as coisas perderam a graça. Tudo mudou. Ou quase tudo. Permanece o AMOR e AMIZADE que temos e que jamais deixará de existir.

A saudade é enorme. O vazio também.



1 comentários:

Ícaro Cazumbá disse...

Nossa que declaração, veio do útero!

Postar um comentário

Obrigada!