Aqui, será um breve apanhado do capítulo II - Aspectos sociais: a comida como instrumento de agregação e doação - o que mais me chamou atenção nesse capítulo.
O ato de alimentar-se, saciar a fome, tem muito mais objetivos do que só atingir necessidades nutricionais. Há muito mais significados no ato de comer, significados que vão além do ‘matar a fome’ e saciar-se. Em torno do comer e da comida giram significados sociais e culturais.
Na sociedade contemporânea comer junto é associar-se, interagir, celebrar, partilhar. Representa o prazer de compartilhar momentos bons com pessoas agradáveis e de quem se gosta. Segundo Brillat-Savarin, “O que acontece à mesa reflete o que acontece na sociedade: civilidade, delicadeza, atenção, polidez, cuidado com o outro e consigo mesmo.” Relações de amor, amizade, intriga, negócios, happy hour com os amigos, reuniões de família, jantar de noivado e até mesmo para terminar um relacionamento. A comida sempre está presente nesses momentos.
Apesar de todas as mudanças provenientes da industrialização e crescimento urbano, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, hábitos foram modificados, mais pessoas fazem refeições fora de casa - em restaurantes ou lanchonetes fast food, em pé ou sentadas, com ou sem talheres - almoço com os amigos após a aula, jantar fora. Os hábitos foram modificados, mas as reuniões em torno da mesa ainda persistem, as pessoas encontram-se com muita freqüência para comemorar ou bebemorar, desde grandes confraternizações a uma simples conversa numa mesa de bar.
Neste capítulo, a autora também aborda a comida como instrumento de diferenciação social. Diferencia os estilos de vida a partir dos gostos e escolhas dos indivíduos, e a alimentação é uma das principais formas de diferenciação social. A maneira com que a pessoa come, como se comporta à mesa, quais os alimentos que escolhe e a bebida que acompanha a refeição. Hoje em dia é moda aderir a um estilo de vida e alimentação para ser inserido em um grupo, para fazer parte. Quem não se adapta é fora de moda. Somos livres para formar nossos gostos, identidades, ou, somos totalmente influenciados pelo meio social em que vivemos?
Enfim... é um livro que vale a pena ser lido. Tem muito mais coisas que envolvem os aspectos sociais do comer e da comida. Viagens ao passado, a relação com a comida e as lembranças da infância, as comidas feitas pela vovó, o gostinho da infância ou: “comida de infância é quitute ao qual recorremos quando desejamos nos sentir reconfortados, como carinho de mãe ou colo de avó.” Tudo isso reforça a importância que a comida tem na vida das pessoas e mostra que os melhores (ou piores) momentos da vida de alguém está marcado pela presença da comida e que ela é sim um instrumento agregador.
Para você, caro leitor, que papel a comida tem na sua vida, o que ela representa?
P.S.: Como este blog está muito carente
7 comentários:
Olá queridíssima !!!
Fiquei impressionada com este trecho, e analisando concordo que a comida realmente tem um papel importante na socialização e psicológico, talvez seja por isso que assim como tem o lado bom, também temos distúrbios de personalidade que geram reações ligadas à alimentação como anorexia, bulimia, compulsão...
Eu particularmente não gosto de comer sozinha, e sempre prefiro a confraternização e quando estou chateada, só uma boa pizza de calabresa me alegra ! hehe
Incrível a postagem, valeu por compartilhar conosco !!
Beijão
Pô guria, parece até que és jornalista formada, o texto ficou ótimo! Se é do seu trabalho, deve ter sido admirado, sucesso hein. Amei! Até repensei, enquanto lia, tudo que ando comendo (as porcarias, claro) hehehehe
Beijoca!
Primeira vez que venho aqui e fiquei maravilhada com tamanho talento!
Parabéns pelo belo texto!
Beijos
Ariana, muito obrigada e volte sempre ao Sem Aditivos. Beijos!
Poxa, tenho esse livro e nunca consegui ler!
Reserve um tempo e leia, Ícaro. É muito bom!
Vou começar a ler esse livro essa semana!
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Obrigada!